AS-PTA e PATAC discutem ações de novo projeto para municípios do Coletivo e Pólo da Borborema


Técnicos e assessores da AS-PTA, Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa e PATAC, Programa de Aplicação de Tecnologia Apropriada as Comunidades promoveram uma oficina de criação de uma metodologia para desenvolver ações de verificação e resgate de fertilidade do solo de unidades rurais de famílias agricultores mobilizadas pelas entidades nos municípios do Pólo Sindical e das Organizações da Agricultura Familiar da Borborema e Coletivo Regional do Cariri, Seridó e Curimataú.
A oficina aconteceu durante os dias 01 e 02 de junho, em Lagoa Seca, Brejo paraibano e, segundo o assessor da AS-PTA, Manoel Roberval, trata-se de um projeto denominado de ‘Terra Forte’ que terá duração de quatro anos, foi construído com os agrônomos e veterinários sem fronteiras em parceria com os componentes do Coletivo Regional e Pólo Sindical da Borborema que vêm fazendo visitas à campo para entender como é que as famílias agricultoras fazem o manejo objetivando promover fertilidade no solo e ao mesmo tempo entender as técnicas e formas do uso dos estercos e biomassas contidos nas unidades rurais e até que ponto essas famílias têm recorrido na busca de insumos externos da propriedade como forma de promover fertilidade para o processo de produção e produtividade. “Esse evento agora é para criar uma metodologia de acompanhamento à essas áreas mais vulneráveis a desertificação da região na Borborema e do Cariri, Curimataú e Seridó e articular famílias agricultoras para enfrentamento dessa problemática”, explica Manoel Roberval ao dialogar com os ouvintes do Programa Domingo Rural através das emissoras conectadas em rede e que falam para o público ouvinte na Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, especialmente.
Roberval explicou que o ’Terra Forte’ vem para fortalecer as ações já existentes nas regiões do Coletivo Regional e Pólo Sindical com ações voltadas para a minimização do uso de lenha a partir da adoção dos fogões ecológicos(Clique e leia) pelas famílias do Projeto Agroecologia na Borborema e as novas ações do Terra Forte; ações sustentáveis com o uso dos biodigestores(Clique e leia) para evitar o gasto de lenha e, portanto, intensificar o processo de vegetação dos solos de toda a região; intensificação das ações de distribuição de mudas para bosques, projetos de palmas consorciadas, quintais, ações com plantas medicinais e frutíferas além das ações integradas eficientes e sustentáveis da água dentre outras. “Então uma coisa nova que o projeto Terra Forte trás e que vai fortalecer o Projeto P1+2 e P1MC é o bombeamento de água dos barreiros, barragens para as cisternas calçadões que têm a finalidade de água para a produção, então são projetos complementares de fortalecimento de ações agroecológicas da agricultura familiar de combate a desertificação”, explica Roberval ao dialogar com a equipe Domingo Rural, acrescentando que trata-se de um projeto co-financiado pela União Européia e que o Terra Forte contemplará unidades rurais seriamente afetadas pelo processo de desmatamento e que precisam de ações fortes na busca da desertificação a parir de práticas agroecológicas. “Acho que o Terra Forte vem fortalecer o movimento agroecológico do Território do Coletivo e da Borborema”.
Emanoel Dias é agrônomo da AS-PTA disse que as práticas que serão trabalhadas terão forte olhar para as questões da fertilidade do solo tendo como ênfase as questões de manejos agroecológicos com utilização de plantas que tenham contribuições para o processo de melhorias da fertilidade dos solos através da ciclagem de nutrientes desses sistemas com práticas que venham fortalecendo o conjunto das ações que já vem sendo desenvolvidas pelas entidades em todas as microrregiões do Coletivo Regional e Pólo da Borborema.
Dias informou que as ações com plantas e vegetações trabalhadas para a silagem na alimentação do rebanho e as redes de viveiros da região serão fortemente fortalecidos. “A gente vai também poder quantificar a questão da diminuição do uso da lenha pela unidade familiar, a gente vai ter possibilidades de entender qual o papel da ciclagem de nutrientes a partir da oferta de folhagens e de palhas para o próprio solo, então essa ação toda vai qualificar esse trabalho de melhoria da ação da fertilidade do solo, da questão ambiental, do equilíbrio e que tudo isso vai ter uma ação direta com a questão da produção do alimento, então todo esse trabalho de você manejar o ecossistema, manejar a sua propriedade pra você melhorar as questões físicas e químicas do solo vai ter impacto direto na produção de alimentos, seja para a família, seja para a alimentação do rebanho e conseqüentemente para uma auto-sustentabilidade do próprio ecossistema”, explica Dias dizendo que a idéia será desenvolver todas as atividades diretamente nos campos produtivos dessas microrregiões.
Fonte : Stúdio Rural / Programa Domingo Rural

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